Keila não tem blog. Deveria ter! Muitos que o têm não deveriam. Meu blog possui aproximadamente uma leitora, talvez esse número dobre a partir de hoje, assim que eu publicar um artigo de Keila sobre Ilha Grande, que achei muito bom. E quem sabe Keila até arrume mais alguns leitores para mim. Não que eu esteja muito necessitado de leitores. Que bloguista fica esperando mais de seis meses por uma postagem que nem é do blogueiro?
Cheguei de Ilha Grande doido para escrever algo sobre a viagem, mas Keila, mesmo sem blog, sacou mais rápido. Eis a postagem de Keila Costa, quem sabe eu também me animo...
Sentir da Ilha
Desde sempre ouvi falar que uma ilha era uma porção de terra cercada de água por todos os lados. O que eu não sabia era que as ilhas possuíam pés móveis por onde as alcançávamos mesmo pequeninos e distantes, a cada onda e balanço, sobre cascos duros arredondados; barcos com vela, barcos sem vela...acolhedores úteros do mar a esmo na sensação, mas bussolares no ritmo indescritível do nosso corpo a se acomodar e incomodar em direção a uma espera solitária, indivisa no meio do sem fim. Assim foi o meu sentir da ilha, e esta que fui era grande e apinhada de gente encantadora, que marcou encontro sem se saber e se soube tão de repente. Desde o início desejei estar lá, mas só tive certeza depois que avistei o monte de água depois do cais e aqueles barquinhos e barcões indo e vindo.
Primeiro éramos duas, na dúvida do embarque e, finalmente, na certeza da chegada. Mas e a Ilha? Será que ela nos esperava? Depois éramos nove, e por aí, nos dias que se seguiram, não cessou a multiplicação. Dos pedaços de mar brotavam barcos e escorriam pessoas de todos os lugares para dentro e fora da ilha; esbarravam nos cais e mergulhavam por entre trilhas só para avistar um pedaço de mar sonhado. Deu para entender porque todo mundo diz ‘todo mundo é um ilha’, uma espécie de ser solitário cercado, inevitavelmente visitado. Uma infinidade de ilhas dentro da grande ilha; assim fomos nós nesse encontro, ensimesmados, observadores, dominados e conquistadores, todos querendo afastar a solidão da ilha, fazendo arquipélagos.
Keila Costa
08/01/2008
Cheguei de Ilha Grande doido para escrever algo sobre a viagem, mas Keila, mesmo sem blog, sacou mais rápido. Eis a postagem de Keila Costa, quem sabe eu também me animo...
Sentir da Ilha
Desde sempre ouvi falar que uma ilha era uma porção de terra cercada de água por todos os lados. O que eu não sabia era que as ilhas possuíam pés móveis por onde as alcançávamos mesmo pequeninos e distantes, a cada onda e balanço, sobre cascos duros arredondados; barcos com vela, barcos sem vela...acolhedores úteros do mar a esmo na sensação, mas bussolares no ritmo indescritível do nosso corpo a se acomodar e incomodar em direção a uma espera solitária, indivisa no meio do sem fim. Assim foi o meu sentir da ilha, e esta que fui era grande e apinhada de gente encantadora, que marcou encontro sem se saber e se soube tão de repente. Desde o início desejei estar lá, mas só tive certeza depois que avistei o monte de água depois do cais e aqueles barquinhos e barcões indo e vindo.
Primeiro éramos duas, na dúvida do embarque e, finalmente, na certeza da chegada. Mas e a Ilha? Será que ela nos esperava? Depois éramos nove, e por aí, nos dias que se seguiram, não cessou a multiplicação. Dos pedaços de mar brotavam barcos e escorriam pessoas de todos os lugares para dentro e fora da ilha; esbarravam nos cais e mergulhavam por entre trilhas só para avistar um pedaço de mar sonhado. Deu para entender porque todo mundo diz ‘todo mundo é um ilha’, uma espécie de ser solitário cercado, inevitavelmente visitado. Uma infinidade de ilhas dentro da grande ilha; assim fomos nós nesse encontro, ensimesmados, observadores, dominados e conquistadores, todos querendo afastar a solidão da ilha, fazendo arquipélagos.
Keila Costa
08/01/2008
Comentários
Uma pessoa muito especial e que eu amo muito!!
E como agora todos podem ver... extremamente competente...
Para quem nao sabe, era para ela ser veterinaria... ou jornalista... mas acho que o destino dela esta mesmo e nas letras... elas as consegue juntar de uma maneira incrivel, consegue por no papel o que sentimos mas nao sabemos como expressar!!
Te adoro, Keila!!
E parabens!!
PS: tem muito mais de onde veio este...
Seu blog tem muito mais do que uma leitora... viu! :)
Até a próxima melancia atômica.
Bjos, Ju.
Vivi