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Mostrando postagens de março 13, 2008

O muro

Certa vez, indagado por meus pais sobre o que eu queria ser, prontamente respondi: “Eu quero ser lixeiro!” Acho que não preciso comentar a bronca que eu levei. Há alguns dias atrás fui de carro atrás de um caminhão de lixo até o centro da cidade, sem conseguir ultrapassá-lo. Mas só quis fazê-lo no início, depois perdi a vontade. Parece que meus pais não entendem nada mesmo. Passei a apreciar a alegria dos três lixeiros que ali estavam em solavancos, rindo e brincando entre as saídas para pegar os sacos de lixo. Recordei que sempre foi assim, desde os meus seis anos, a imagem que o lixeiro de minha cidade me passa é a imagem de alguém feliz com o que faz. Não venho aqui dizer que a vida é bela e tudo é lindo, porém se eu estivesse dentro de um barraco, desempregado, invisível, no alto de um morro e sem dois reais para dar uma volta pela cidade de ônibus, um emprego de lixeiro iria me trazer tudo que precisava naquele momento: movimento, algum status, e a aproximação com um mundo que ins