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O Jorjão

Já tenho uma blogueira famosa de amiga. A Maria Amélia. Ela conseguiu 8 comentários em uma só postagem. Todos meus leitores reunidos não lotam um fusca. Estou até pensando em trabalhar para ela. Aceito o pagamento em chopp.

Só posso escrever sobre música agora. É uma evolução. Temos que nos especializar em algo ou ficamos medíocres em tudo. Assim pensavam os norteamericanos, que acham, em sua maioria, que temos girafas em nossas ruas.

Tomarei Nelson Motta como inspiração. O cara não mete pau em ninguém, é pegador, compôs "Dancing Days" e "como uma onda", participou um tempão do Conexão Manhattan e sabe apreciar o antigo e o moderno. E pra finalizar a babação de ovo, ele conseguia ser amigo do Tim Maia.

Vou começar falando do Jorjão. O Bitt, meu amigo do Méier, tava me falando que o Jorjão ficava vagando pelas ruas contando suas idéias para quem quisesse ouvir. E ninguém tinha muita paciência pra isso. O Jorjão era quase um mendigo. Certa vez ele encontrou o Bitt na rua e disse: "Cara, to fazendo umas misturas de samba e funk americano que ta ficando o bicho." E Bitt respondeu: "Tá Jorjão. Qualquer dia tu me mostra isso".

O Jorjão era o pedidor de cancha mais conhecido dos bares. Tava sempre pedindo pra tocar uma musiquinha. Deve ter levado muito não na sua carinha feia. Sua vida já era difícil e ficou mais esquisita quando seu irmão foi assassinado. Passou a vagar pelas ruas quase como um mendigo. Dizem até que vendia um bagulhinho.

Hoje, Seu Jorge é o cara. Eu descobri ele um pouco antes de vocês, meus caros 5 leitores, através do Faride, grande músico que não está mais conosco e terá uma postagem só pra ele nesse blog. Assim que conheci as músicas do "farofa", me identifiquei muito. E influenciado por Faride e Seu Jorge, joguei muito mais suingue nos meus violões de aço e nylon. Seu Jorge é a cara do Rio. É o vendedor de mate de Ipanema. É o flanelinha. É o cara que se vira, apanha e volta pra apanhar mais. Nada nele é genial. Mas o conjunto resolve. Nas minhas crises de inveja insana, penso que Faride ou Eu poderíamos ser o Seu Jorge. Eu até sou bem mais bonitinho. Mas Jorge foi mais guerreiro. Partiu pra dentro. Hoje recusa cachês de cem mil reais.

Dizem também que ele rouba composições, é de difícil relacionamento e que comeu a Ana Carolina. Não o culpo... Eu também a comeria...

Hoje a cultura carioca é apresentada ao mundo por ele. Para melhor entender o Jorjão, recomendo o álbum "The life Aquatic" onde ele apenas interpreta com violão e voz, quinze canções de David Bowie. Imperdível.

Maria Amélia, onde serão os chopes mesmo???

 
 


  

Comentários

Anônimo disse…
Aonde você quiser, meu amor! Eu só preciso colocar a cabeça pra funcionar e "criar" um novo usuário pro blog. Ou melhor, vou te passar a senha e você faz isso.

Nelson Motta é uma boa fonte de inspiração. Só que te acho mais crítico que ele. Mantenha isso, por favor! E todo mundo tem seu Tim Maia, vc sabe. Aliás, você tem vários.

Quanto ao resto do post, essa Ana Carolina nunca me enganou!
Keila Costa disse…
"Nada nele é genial. Mas o conjunto resolve." Quantos gênios escondidos...quantos medianos bem sucedidos, por crença, disposição e pitada de sorte...Talvez aí resida a grande genialidade?!
Beijo, Keila
Luis Antonio disse…
Começei lendo o seu post, e penalizado pensei...vou fazer um comentário no final, para ajudar o meu amigo Play encher o seu Land Rover, já que um fusca ele já lotou. O post vinha muito bem, deixando a gente em suspense imaginando quem seria o tal Jorjão. Mas aí desandou no final, quando Rodrigo, o escriba, declara que também comeria a Ana Carolina. Que coisa escatológica, meu Grande? Logo voce que já "conhenceu" todas as cabeças coroadas da corte petropolitana!!!
p.s. espero não ser um dos seus amigos "Tim Maia".
Anônimo disse…
Grande Rodrigo Grande.
Aqui vai um comentário do seu sexto leitor.

Assim que comecei a ler o post sobre "Jorjão", já sabia de quem se tratava. Talvez por conhecer seu repertório e o suingue que vem da viola que leva.
Excelente.
E também não culpo Seu Jorge nem tão pouco você, eu também comeria a Ana Carolina.

Grande Abraço
Mariana disse…
Pronto, feliz agora? sou a leitora number 7.
Meldelz, estou besta com a famosa teoria dos 6 graus de separação! vou parar com tanto ceticismo. Deixe me explicar melhor.
Como a maioria, conheci o seu Jorge, ouvindo Farofa, der, mas so tive a oportunidd de conhecer o Mario Broder q é muito amigo de minha irma. Alias, eu fui a doida bebada q pediu pra tocar farofa ontem, coicidecia ein?
Além disso Maria Amelia é minha amiga tb, não de infancia, mas é amiga. Agora senta, fafavo, o Bitt amigo do Méier q vc mencionou bem la no comecinho do texto, é nada mais nada menos q meu namorado...kkk! E ele tb ja tinha me contado essa historia do Jorjão...O bom de tudo isso é q eu vou ligar pra ele e pedir pra ele ser o leitor numero 8, como ele é um rapaz muito obediente rsrs, duvido q nao entre no teu blog.
Voltando ao seu comentario do seu Jorge, não basta sorte pra chegar lá, tem q suar, levar muito não, só acho q nao precisa comer a Ana Carolina, ser bonitinho já ajuda.
Boa sorte!
Mario Piragibe disse…
Po Rodrigo, tem que contar o último capítulo dessa história...

bjs!

Bitt
Anônimo disse…
Conta! Conta! Conta!

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