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Liberdade e PCC

Tomamos muitas decisões visando a liberdade. Procuro não gastar tudo que ganho para não me tornar escravo de ninguém nem de nada no futuro. É uma forma de garantir certa liberdade. Ou talvez apenas menos responsabilidade.
Alguns pensam que são livres, mas não são. Outros tomam certas atitudes para se tornarem livres, e o que os faz muitos mais prisioneiros do que são. Sobre esses, segue o texto abaixo:

Desde o tempo de minha adolescência, em que vários optavam por não estudar para fazer qualquer outra coisa para se sentir livre, as consequências, em sua maioria das vezes, eram dolorosas. Tive vários amigos que estudaram menos do que poderiam, optaram por mudar para um país desenvolvido e lá se tornaram muito menos livres do que aqui seriam. Outros pagaram aqui mesmo o preço pela "liberdade" anterior, trabalhando apenas recebendo ordens.

O mais novo exemplo agora é o PCC. Não pretendo discutir aqui o que leva as pessoas a procurarem o caminho do crime, mas certamente a falta de liberdade dentro do sistema é uma delas. O fato de termos uma população carcerária de 600 mil enquanto o Tio Sam possui 2 milhões nos faz pensar. E muito. Muitas dessas pessoas não aceitam de jeito nenhum fazer apenas o que os outros mandam nas horas mais preciosas de seus dias, no período mais importante de suas vidas.

Aquele cara da periferia, que não encaixa em nenhum emprego, que prefere ficar batendo papo com a galera pelos guetos e que de repente, acaba participando de alguma atividade ilegal para ter algum no bolso. Esse nunca mais vai ser livre. Primeiro ele vai ser refém da polícia, depois da facção.
Ao entrar na cadeia, terá que pagar 50 reais por mês por proteção. É complicado, mas ele ou a família, dará um jeito.
O problema é ao sair... O celular desse cara terá que estar sempre ligado para receber ordens, senão ele morre. Terá que pagar mil reais por mês para a facção, senão fica devendo mais favor ainda do que já deve. Será forçado a cometer mais e mais crimes e o pior: Não terá escolha. O PCC é um caminho sem volta. Está no estatuto. E vai ser difícil fugir.

No futuro, é provável que tenhamos algum lugar Aqui ou no exterior que abrigue refugiados de facções criminosas. Talvez seja esse o único caminho de tirá-los do crime sem matá-los. Pois já descobrimos que o sistema prisional só serve para organizá-los em uma sociedade que a mais de dois mil anos optamos por abolir.

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